sábado, 19 de junho de 2010

Verdade Descoberta

Dinheiro pode até não trazer felicidade, mas a falta dele dá uma tristeza...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Recomeço

Pintou mal e porcamente as unhas de vermelho e saiu. A rua escura guardava um cheiro de mistério e perigo que lhe era fascinante. Sophie iniciara sua busca. Pelo quê? Isso ela descobriria no caminho. Buscar era o que importava.
Num bar à meia luz ouvia-se uma bossa que embrava Manoel Carlos, Leblon, Helenas e pessoas em paisagens embaçadas. Mas a visão diferia em tudo da lembrança. Meia dúzia de desiludidos bebericavam, fumavam e observavam-se sem interesse. Exceto Murilo, que não bebia nem fumava, apenas observava e desenhava concentrado aquele ambiente. Foi quando percebeu um vulto de mulher passar à porta. Imediatamente o seguiu.
Perecebendo que era seguida, a mulher pôs-se a ziguezaguear pelas ruas e apertou o passo, sem olhar pra trás. Murilo, notando sua aflição, se divertia. Subitamente a mulher freou. Murilo deu lentamente dois passos para trás. Então se virou tal mulher.
-  Sophie? - Foi só que deu tempo de dizer. Ao mesmo tempo em que falava e via Sophie empalidecer, um ônibus fazia sua parada. Sem atentar para o destino, Sophie tomou a condução.
Murilo, perplexo, voltou à sua casa e passou a noite inteira insone redesenhando incontáveis vezes a mesma face, a de Sophie. No lado oposto da cidade era ela quem dormia, como de hábito, a base de calmantes.
Mentes fervilhando em lembranças e maus sonhos, expectativas e medos, saudades e rancores. Sinais de recomeço.